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Podcast: Oikonomia 4_Inflação

  • Foto do escritor: João Leitão
    João Leitão
  • 11 de mar. de 2023
  • 3 min de leitura

Como combater a Inflação nos produtos alimentares?


A Oiknonomia de hoje é dedicada à inflação e ao nosso entendimento sobre como se deve combater a inflação nos produtos alimentares.



O que é?

A inflação é o aumento contínuo e generalizado dos preços dos bens e serviços numa dada economia ao longo do tempo, resultando na perda do poder de compra. A inflação é medida pelo índice de preços no consumidor (IPC), o qual regista a variação de preços de um cabaz selecionado de produtos e serviços consumidos pelas famílias.

A inflação pode ser causada por vários fatores, tais como o aumento na procura por bens e serviços, o aumento nos custos de produção, o aumento na oferta de moeda, a desvalorização da moeda de referência em relação a outras moedas estrangeiras, o racionamento do fornecimento de matérias-primas ou materiais essenciais, o risco político, o surgimento de um conflito armado ou de uma crise energética, ou mesmo o eclodir de um evento climático ou ambiental extremo e não previsto. Altos níveis de inflação podem ter efeitos negativos sobre a economia, expressos pela redução do poder de compra, o empobrecimento, o aumento da desigualdade e o desincentivo ao investimento, em especial, o produtivo, que é aquele que tanta falta nos faz, para ser capaz de gerar mais emprego qualificado.


O que está a suceder em Portugal? A inflação desacelerou em fevereiro pelo quarto mês consecutivo, mas, apesar do abrandamento, o indicador mantém-se num nível historicamente elevado. A taxa foi de 8,2% em fevereiro, ou seja, o IPC está num patamar 8,2% acima do que se verificava em fevereiro do ano passado, no mês em que se deu a invasão da Ucrânia pela Rússia, conflito armado que agravou a pressão inflacionista na Europa e a nível global.

De acordo com dados divulgados no passado dia 28 de fevereiro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de inflação está 0,2 pontos percentuais abaixo de janeiro, mês em que a variação homóloga chegou aos 8,36%, tomando por referência o nível atingido em janeiro de 2022.

Nos produtos energéticos, a inflação já é de apenas 1,96% em relação ao valor de fevereiro de 2022. A grande diferença no IPC está no segmento dos produtos alimentares não-transformados, onde a variação é de 20,11%. Aqui há um agravamento em relação ao que se passava em janeiro, momento temporal este em que a diferença homóloga era de 18,49%. Contudo, no que respeita aos produtos alimentares, a subida de preços chega a ser de mais de 30% ou 40% e por exemplo no leite é de 70% face ao ano passado. Chega a ser escandalosamente elevado!


Como combater a inflação?

Perante esta situação, no curto prazo, o Governo deve intensificar a fiscalização do preço dos bens alimentares, mas essa fiscalização deve estender-se à totalidade das fases da cadeia de distribuição de produtos alimentares, no sentido de melhor identificar as causas dos aumentos de preços e, deste modo, poder ser dissecada a “especulação de preços”, em curso, observando detalhadamente não só os preços praticados “na prateleira”, mas também os preços praticados ao longo da totalidade da cadeia. Atente-se que, nos últimos seis meses, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) fiscalizou cerca de 800 operadores, o que originou 40 processos-crime e 80 contraordenações.

Mas estes números escondem a necessidade de ter políticas públicas incentivadoras da produção e consumos de produtos alimentares portugueses, bem como de garantir o acesso direto dos microprodutores aos consumidores, sem repressões de diferente ordem. Para terminar, o país que não come o que produz dentro de portas, ou melhor dizendo, que não consome o que produz, salvo melhor opinião, tem a sua sustentabilidade comprometida!


 
 
 

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