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Beira Interior: Contributo(s) para a sua institucionalização

  • Foto do escritor: João Leitão
    João Leitão
  • 11 de out. de 2021
  • 2 min de leitura

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A história da criação da instituição que confere corpo, alma e densidade à Beira Interior está ligada aos estudos do grupo de trabalho para o Planeamento Regional da Cova da Beira, de que era secretário-geral o Dr. Duarte Simões, grupo este constituído em 1970, e que teve por objetivo central: criar o ensino pós-secundário na Covilhã. Foi precisamente o Dr. Duarte Simões, um homem de visão e percursor do ensino superior na Covilhã, quem dirigiu o Instituto Politécnico da Covilhã (IPC), desde a sua criação, em fevereiro de 1975 até 1979, como presidente da Comissão Instaladora. Em resultado das aspirações para que o IPC fosse convertido num estabelecimento de ensino superior universitário, foi criado, em 11 de Setembro de 1979, o Instituto Universitário da Beira Interior (IUBI). Assim o entenderam os órgãos do IUBI, ao formalizar a proposta de extinção do IUBI e a criação da Universidade da Beira Interior, em 1986, precisamente, no ano em que a jovem democracia portuguesa ascendia à condição de Estado-membro da Comunidade Económica Europeia (CEE), o que beneficiou a afirmação internacional da Universidade da Beira Interior e da sua região de influência.

No contexto de um hipotético redesenho da divisão administrativa das regiões portuguesas e, em particular, dos territórios do Distrito de Castelo Branco e do Distrito da Guarda, cabe lembrar que os modelos atuais de governo falharam e carecem de uma reforma urgente. As razões para tal situação prendem-se com a atomicidade dos territórios-objeto das comunidades intermunicipais, que lhes retira massa crítica e capacidade negocial, mas também porque coexistem líderes políticos com uma mentalidade, puramente, industrial, que objetiva a administração concertada e o controlo, e não um governo empreendedor que ausculte e incorpore as motivações, e que seja capaz de assimilar e atuar de acordo com a complexidade dos nós de rede e ecossistemas. Esses líderes não estão capacitados para reconhecer a verdadeira natureza dos desafios a enfrentar, a saber, demográfico, social, produtivo, digital, energético e climático. Assim sendo, colocam sobre a mesa soluções estáticas para problemas dinâmicos, que recuperam projetos políticos de poder, divisionistas e ultrapassados, pois não garantem a superação da massa crítica de rede, em termos de pessoas, recursos, empresas e instituições.

Tal contribui para o distanciamento d@s cidadã(o)s relativamente a uma necessidade incontornável, ou seja, institucionalizar a Beira Interior, integrando numa só comunidade intermunicipal os territórios dos distritos da Guarda e de Castelo Branco, elevados a Norte até ao limite geográfico do Rio Douro e delimitados a Sul pelo Rio Tejo. Senhoras e Senhores decisores, trata-se de uma questão de escala integradora e sustentabilidade, em prol de uma solução integradora de Beira Interior, e não de outra manta de retalhos territoriais!


João Leitão

Universidade da Beira Interior


 
 
 

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